“TENHO 44 ANOS, SOLTEIRA, COM DIFICULADADES DE ENCONTRAR um homem interessante.
Já tive namorados, mas as relações sempre foram longas e conturbadas, nunca sabia se os amava de verdade. No último final de semana, fui convidada para ir ao interior, onde haveria um festival. No último dia, comecei a conversar com um homem interessante, muito mais novo do que eu, que me deu muita segurança. Chamou-me atenção seu jeito seguro, parecia não ter medo de mulher. Apesar de saber que tinha namorada, acabamos ficando juntos e foi uma delícia. Senti-me solta, desejada, feminina. Quando voltei sentia-me
nas nuvens. Localizamos-nos e trocamos e-mail.
nas nuvens. Localizamos-nos e trocamos e-mail.
Expressei abertamente o que sentia – muito tesão – e ele me respondeu de forma que parecia me corresponder. Fiquei empolgada e mandei um terceiro e-mail, que foi o ultimo, ele não respondeu mais. Fiquei extremamente angustiada, sentindo-me ridícula.
A imagem que me vem é de uma mulher velha, carente e destruidora de homens, lembrando-me do filme “Atração Fatal”.
Sei que este homem é passageiro em minha vida, espero que existam outros homens interessantes, mas me preocupa a minha forma de agir e sentir. Acho que não sou capaz de lidar com essa situação de ser rejeitada, meu mundo cai e tenho vontade de morrer.
O que há de errado comigo?” (anônima, RJ)
Nossa sociedade acostumou-se a dar rótulos para todo tipo de comportamento e para todas as pessoas, essa ideia partiu justamente dessa teoria do bem e do mal, do certo e do errado. Sinceramente não acredito nisso, ao menos não dessa forma, causalista ou fatalista.
O que ocorre muito nos relacionamentos é falta de posicionamento, entramos sem sabermos o que queremos, quem queremos e como queremos, fica um “deixa a vida me levar” e quando nos damos conta a vida realmente nos leva, nos leva a alegria de poder ter começado algo realmente edificante.
Relacionamento é NATURAL, se olharmos para dentro de nós saberemos facilmente o que um homem é, qual sua natureza e o que se espera dele e o mesmo vale para a mulher.
Cara Alex (Alex Forrest – a personagem de Atração Fatal vivida por Glenn Close), se no filme a personagem se dá o prazer de tórridas relações e ao abandoná-la começa uma insana busca por aquilo que achou ser seu homem ideal, ou por achar que não deveria levar desaforo para casa – ou seja lá o verdadeiro motivo da personagem, na vida real diria que buscamos o que queremos nos lugares que achamos os mais corretos. Essa é uma verdade que ouvi uma vez, não adianta querermos encontrar um príncipe num brejo, lá só se encontra sapo, o restante da história é conto de fadas.
O que ocorre contigo é com relação a seu posicionamento diante do que você quer em termos de relacionamento.
Um termo que está na boca das pessoas: Lei do Eterno Retorno, ou Lei da Atração (não necessariamente fatal), ou seja, se você quer algo realmente, ele acontece por que você se posiciona para isso. Quando penso no que você escreve me vem a cabeça que você quer um homem interessante, mas você ainda não se posicionou para isso.
Dica: Experimente fazer uma lista daquilo que você acha que deveria ter seu parceiro, tudo, físico, pessoal, econômico, emocionalmente, trace seu parceiro ideal e veja quem você está encontrando se é compatível com o que você busca, ou então decida que você quer relações furtivas, fortuitas, efêmeras, sem compromisso.
Veja que não é uma avaliação de juízo, um julgamento, mas sim uma questão de escolha, de posicionamento, terá algo de errado contigo se você insistir em permanecer fazendo as mesmas coisas que te deixam infeliz.
Alexandre Santucci,
Psicólogo
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publicado no SeR em 28 de Setembro de 2009 23:40