Dizem que a vida começa aos 40 e os cinquentões de hoje são os nos quarentões, sendo assim os 50tões estão “bem na fita”, não! Não estão.
Em matéria de O Estado de São Paulo (https://bit.ly/3HsNDsK) em 30 de novembro último: “Um em cada quatro profissionais já foi demitido por ser considerado “muito velho”, aponta pesquisa realizada pela Vagas.com, Colettivo e Talento Sênior.“
E mais: “A maioria dos RHs, 81%, disseram que a companhia onde trabalham não promoveu nenhum programa para contratação de pessoas com mais de 50 anos no último ano.“
Em tempos de tantas desigualdades, de gênero, raça, status social, ainda convivemos com as restrições de idade, seja no começo da carreira ou quando chegamos a senior. Não me espanta a crescente imbecilização das corporações, a incapacidade de estabelecer critérios que identifique os perfis adequados e necessários para as posições.
Supor que um jovem não é capaz de realizar tarefas pela falta de experiência é o mesmo que acreditar que uma banana no pé não é um bom fruto, trata-se de uma falta de visão, preparo ou simplesmente preguiça e arrogância.
Estamos, há muito tempo, cultivando uma sociedade do lugar comum, da mediocridade, criando e repetindo jargões totalmente desnecessários e nocivos. É embarcar no lugar comum dito por alguém que não teria o menor apelo pelo gênero humano, alguém que trata pessoas como meras peças de uma engrenagem. Uma frase como “Julgar o livro pela capa”, foi uma tentativa de lutar contra o preconceito, mas nesse aspecto hoje poderia ser relido como: Já nem leio e se a capa é ruim pior ainda. Então, além de mediocre é (uma sociedade) preguiçosa.
Quando me refiro a corporações imbecilizadas, obviamente me refiro às pessoas que as compõem, uma vez que são feitas por pessoas que não observam a si mesmas, que um dia foram principiantes e noutro serão seniors. Talvez o grave ponto é não pensar na herança, na própria herança de seus atos e conhecimento, o que deixará para si mesmo que contribua para todos.
Os novos quarentões que na verdade, nua e crua, são cinquentões, apesar de forçar essa barra o corpo continua envelhecendo mesmo com todos os avanços geriátricos e são 10 anos a mais, não só fisicamente, mas também de experiencia e para muitos de ganhos de conhecimentos não intrínsecos aos aprendidos em cursos e faculdades, mas na realidade vivida. Desprezar essa habilidade é o mesmo que jogar fora as sementes levadas por pássaros e insetos ou pelo proprio vento, é não permitir a renovação e a tão atual mentoria reversa, onde todos se beneficiam: os jovens online e os senior offline. Essa troca de conhecimentos e experiências podem, além de lucros, proporcionar ambientes mais humanos, humorados e rico de passagens e histórias.
Corporações que perceberam que a lacuna de habilidades podem ser supridas pela troca estão saindo na frente, àquelas que acreditam no lugar comum, sucumbirão, não só por isso, mas também porque lhe faltam planejamento e estratégia, energia e astúcia, mesclar conhecimento e atitude, força e conhecimento.