Quando comecei minha atividade profissional pensava na diferença entre serviço, trabalho e emprego.
Curioso? Talvez, mas tinha apenas 15 anos!
Era um mundo diferente? Era 1985!
Para mim, serviço era algo pontual, um serviço, já trabalho era algo que denotava um grande esforço, normalmente físico, enquanto emprego era uma espécie de status, aquilo que chamamos de “carteira assinada”.
De lá para cá muita coisa mudou, inclusive minha visão. Já não importa mais se é serviço, trabalho ou emprego, o que realmente importa é manter-se “produzindo”. Essa é a ideia de empregabilidade, ou manter-se produzindo e ganhando.
Vale a pena fazer uma correlação com aquele tempo e os dias atuais:
Passar por crises nos ajuda a ver que tipos de deficiências têm que corrigir.
Essa foi a primeira lição que tive de apreender. Criar alternativas para me manter produzindo.
Algumas premissas começaram a ser incorporadas para desenvolver a empregabilidade:
1) Conhecimento -Entendi que ao procurar alternativas precisa conhecer o que de fato são alternativas – pode até parecer óbvio e essa é outra lição: na maioria das vezes é difícil enxergar o óbvio!
Reconhecer uma alternativa e principalmente estar preparado para ela, requer que trilhemos um caminho, esse caminho é o do aprendizado. O aprendizado se conclui entre o material e o hipotético, ou entre o que é experienciado e o que é abstratamente apreendido: o conhecimento.
2) Tempo – A busca pelo conhecimento nos revela o tempo, assim enxerga-se que sempre há tempo e que o tempo, em realidade, somos nós quem o fazemos.
Quando nos habituamos em administrar o tempo – criar um elenco de prioridades, conseguimos inclusive, tempo livre.
Ocupar o tempo livre com uma atividade diferente da principal é o que chamei de combate ao estresse (mais relacionado ao cansaço moderno). Por incrível que pareça quanto mais nos ocupamos mental ou fisicamente, menor é a incidência desse tipo de estresse.
3) Recursos – O ciclo dessas ações, uma coisa que leva a outra, resulta em encontrar em nosso próprio perfil que tipo de alternativas nos são apresentadas.
A passagem por esse ciclo nos dá como frutos, nossos recursos.
As alternativas são nossos recursos e mais importante que os financeiros, são os de capital intelectual, os de habilidades em gerir e executar múltiplas tarefas.
4) Desenvolvimento Pessoal e Inteligência Emocional – Por que quando tudo está bem, surge um obstáculo que nos paralisa?
Ansiedade! Essa é, talvez, a maior dificuldade no desenvolvimento pessoal…
Jamais vivemos um tempo tão decisivo para a formação de disfunções da conhecida inteligência emocional. Coordenar ações de trabalho em conjunto com as decisões e relacionamentos pessoais tem causado grande transtorno a vida moderna.
O “status quo”, o estado atual, nos leva a parecer ser – Uma frase ilustra bem essa figuração: “Não adianta apenas ser, é preciso parecer que é”.
A frase cunhada há pouco tempo representa o logotipo, a marca, o consumo abusivo e a perseguição da imagem perfeita, tempere-se ainda com (muita) rede social, muito virtual.
Para se livrar dessa ansiedade, ou mantê-la em níveis bem baixos é preciso revistar constantemente seus recursos, explorá-los e amplia-los, mas genuinamente saber que há tempo para tudo.
Quanto mais conhecemos nossos recursos, mais planejamos e corremos riscos, ao mesmo tempo, mais baixamos os níveis de ansiedade.
A ideia é que quando a semeadura é feita, a colheita é consequência e como em qualquer cultura é necessário esperar o tempo natural da maturação do fruto. Acompanhe e aguarde!
5) Oportunidades e Atualidades – Não se pode mais fechar os olhos nem para a globalização (onde tudo acontece em qualquer lugar do mundo), nem para as tecnologias, principalmente as de bolso. Essas ideias causam certo susto, pois cada vez mais temos que pensar globalmente, mesmo que regionalmente e agir, se comunicar, rapidamente. É preciso estar aberto aos avanços tecnológicos, sim, mas o mais importante é estar atento aos movimentos do ambiente em que está inserido.
Jamais esqueça a vida é feita por pessoas.
É pelo exposto acima que, particularmente, vejo como mais importante que a ideia da globalização é a “mulherização”, ou, a presença de mulheres cada vez mais ativa.
A presença feminina nos faz ressignificar muitas situações que em outros tempos nem relevaríamos. Sensivelmente destaco o papel da liderança.
Ao longo da história a visão masculina de manejar era de chefiar, intimamente ligado a dominar seja pela força ou pelo cargo. Não obstante, em muitos ambientes os chefes eram vistos como seres inalcançados e donos da última palavra, com ou sem razão.
A presença feminina, o avanço, em contrapartida das lutas por igualdade, trouxeram aos ambientes de trabalho (e claro, sociais), visões diferentes e o surgimento do papel do “verdadeiro” líder, cuja principal habilidade é de criar, entender e gerir equipes, assim os níveis hierárquicos se tornariam mais próximos, mais sensíveis, mais comunicativos, participativos. Equipe ressignificou o antigo time.
Enfim, nos dias atuais manter-se produzindo requer mais habilidades emocionais, requer foco naquilo que lhe é favorável, seus talentos, mas não esquecer os satélites, aquelas habilidades secundárias que podem ser sua garantia de alternativas.
A segurança daquele que se mantém empregável é saber de seus recursos e bagagens, ou daquilo que o qualifica (talento e conhecimento) e a capacidade de execução (histórico produtivo) e a capacidade de fazer alianças (networking).
Quer manter-se produzindo?
Produza enquanto tiver campo, como um lavrador, semeie ao máximo o que a terra lhe permite, espere a chuva e a colheita, mas quando existir seca venda o estoque. Traduzindo, faça seu currículo ao vivo, com caminhadas de sucesso, crie histórico do seu trabalho, marque suas conquistas, são elas o seu estoque, venda na hora certa.
Não deixe de falar, e/ou se aconselhar, com seus amigos, parceiros e concorrentes, amplie sua rede, faça contatos. Jamais se gabe, mas não seja “o politicamente correto em pessoa”, opine; ninguém se dá mal em ser verdadeiro, tenha opinião (que seja coerente), mesmo que seja polêmico, defenda seus pontos de vista, até quando? Até perceber que a plateia presta atenção, jamais exija respeito. Respeito se conquista ou a plateia é ignorante e não adiantará nada pedir atenção!
No mais seja sempre o mais otimista possível, não Poliana, mas uma visão agregadora, alegre e entusiasta conquista mais que os grandes realistas, e nem falo dos e das pessimistas porque estes e estas ninguém quer por perto!
Jamais se esqueça, sucesso é caminho, o resultado é apenas mais um degrau.
Continue subindo!
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