A história vinícola do Chile se confunde com as dos países que formam o bloco do novo mundo, por volta de 1500 são levadas as primeiras mudas pelas mãos dos imigrantes conquistadores e por volta de 1800 há uma retomada e sua intensificação (marcada também pelo fato do Chile ter sido o único país que resistiu e não sofreu com a Philoxera – praga que destruiu muitas regiões vinícolas pelo mundo) e grande crescimento na década de 70 do século passado.
Acompanhe, na linha do tempo, os fatos mais marcantes da sua evolução.
Vale ressaltar que dois excelentes produtores criaram uma bela escola chilena, a de Domingos Etcheverria (empresário Chileno, muito influente no meio da vitivinicultura) e a de Miguel Torres (Produtor de origem Espanhola, pesquisador e já foi o homem do vinho do ano). Ambos com caráter europeu, um mantendo as tradições e outro trazendo muita tecnologia, ambos aplicando seus conhecimentos contribuíram muito para o grande salto do vinho chileno no mundo.
A região vitivinícola do Chile, localizada entre os 30°-40° de latitude sul, inclui oito vales separados uns dos outros, cada um com suas próprias características e vinhos.
De norte a sul, as regiões vinícolas designadas pela lei de 1995 são: Aconcagua (incorporando Casablanca), o Vale Central (incluindo Maipo, Rapel, Curicó, e Maule), e a região do sul (incluindo Itata e Bío-Bío) e recentemente o Vale do Limari, apontado por muitos especialistas como uma das regiões que pode produzir vinhos bem ao estilo de Bordeux, principalmente os de Graves.
Apesar de o velho mundo ser ainda considerado o melhor produtor de vinhos, o Chile desponta cada vez mais como uma das melhores regiões vinícolas do mundo. O país tem a reputação de ser “o paraíso da viticultura”, – com solo propício, clima leve e ideal, protegido contra as doenças. O clima mediterrâneo, a concentração das chuvas e a grande amplitude térmica diária (com temperaturas que excedem os 30ºC) são fatores ideais para a constituição da cor e do aroma ideais da uva. Os vinhedos chilenos são constituídos por cepas francesas, plantadas em pé-franco, isto é, diretamente no solo.
As uvas no Chile mostram sua força e dedicação. Talvez os chilenos sejam os produtores que melhor reproduzem duas das principais uvas de Bordeax: o cabernet e o sauvignon Blanc. Seus vinhos dessas uvas encantam mundo afora por sua tipicidade, caráter, fruta e prontos para beber.
Além das duas acima o Chile evolui muito para chegar nesse momento, realizando boas escolhas. Veja a evolução chilena:
Antigas, mas ainda em produção: Moscatel Alejandria, Sauvignon (na maior parte Sauvignon Vert ou Sauvigon Gris), Sauvignonasse, e Torontel, além da uva país.
Atualmente:
- * Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Malbec e Syrah. As uvas brancas de prestígio incluem Chardonnay, Sauvignon Blanc, Sémillon e Riesling.
- * O Carmenère francês, trazido primeiramente ao Chile por volta de 1800, transformou-se num varietal primordial e com o evento da Filoxera (1860), essa uva sumiu de Bordeaux e vai ressurgir por volta de 1990, só no Chile.
Hoje, o Chile produz 550 milhões de litros/ano e o consumo per capita chega aos 29,5 litros por habitante. Os 32% de participação do Chile no mercado global de vinhos já está assustando até mesmo produtores tradicionais da Itália e da França, que vêm, nos últimos anos, perdendo mercado para os vinhos de países do Novo Mundo como o Chile e a Austrália, entre outros. Resultado? Vinhos a bom preço, fáceis de beber e que podem satisfazer os mais exigentes consumidores.
O Chile é um país produtor com alto nível e de muita credibilidade. É como se disséssemos se é do Chile pode confiar.